sábado, 9 de julho de 2016

WILLLIAN LANE CRAIG

A Minha Proposta de Cristologia Nega a Humanidade de Cristo?

Querido Dr. Craig,
Minha pergunta é em relação ao seu modelo de encarnação, especialmente a parte
Apolinária dele. As três bases da sua posição são: 1) Cristo tinha uma natureza distintamente divina e humana; 2) Que a alma de Jesus é o Logos, a Segunda Pessoa da Trindade; 3) Que durante Sua vida terrestre, Cristo teve uma consciência humana comum. O problema que eu vejo com esse modelo é que ao afirmar que algum componente da natureza humana de Jesus era o Logos, você na realidade enfraquece a afirmação de que Ele era verdadeiramente humano.
Uma faceta de ser humano é que nós somos capazes de experimentar a Deus diretamente. Nós somos capazes de nos engajar com a Trindade como um objeto de percepção, onde Deus se apresenta a nossa auto-consciência para conceder graça e revelação. Nós recebemos um presente, por meio do qual podemos participar nos relacionamentos e no amor da Trindade, onde Deus, um agente externo à nós, chega até nós. Ser distinto de Deus, como é mandatório da criação, é um aspecto significativo da natureza humana, e assim molda a natureza dos relacionamentos humanos e das experiências com Deus.
O desafio primário que seu modelo enfrenta é que ele significa que Jesus é incapaz de perceber a Palavra Criativa de Deus como um objeto, o que é fundamental para a natureza humana. Sendo o Logos, Ele só pode engajar com o Filho de Deus como um sujeito. Isso dissolve Sua humanidade para nada, pois para ser humano alguém deve ser capaz de se relacionar com Deus como um objeto externo, por sermos parte de uma ordem criada e distinta. Porém, Jesus pareceu experimentar Deus como um objeto através da oração e da fé. A consequência da sua teoria é que se a mente da Segunda Pessoa da Trindade estava em um corpo humano tendo uma experiência humana, Jesus não é verdadeiramente humano, pois Ele não pode distinguir-se da realidade divina, e, subsequentemente, pode apenas experimentar Deus como um sujeito.
Além do mais, se a natureza humana de Cristo depende da mente divina trabalhando em uma capacidade humana limitada, o que acontece após Seus dias carnais na terra? Se a mente divina só poderia funcionar com capacidade divina ou humana, mas não com ambas simultaneamente, então deve-se concluir que a distinta natureza humana de Cristo foi dispensada na ascensão para afirmar a prioridade da natureza divina de Cristo ao habitar à direita de Deus o Pai. Porém, esse entendimento não permite espaço para a tradicional doutrina católica da permanência da humanidade de Jesus. Se Jesus era verdadeiramente Deus e homem, então a permanência da humanidade com o Logos não poderia ser meramente temporal, pois faz parte da natureza humana ser ressuscitado, como Cristo. Portanto, sua teoria nos leva à conclusão radical de que o Filho de Deus livrou-se de Sua natureza humana após Sua vida terrestre, o que contradiz a doutrina tradicional de que Cristo continua a ter uma natureza divina e humana.
Minha pergunta então, Dr. Craig, é: como você responderia aos desafios apresentados contra seu modelo da Encarnação?
Deus abençoe,
Nathan.
Grã-Bretanha
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Estas são boas perguntas, Nathan! Eu responderia, primeiro, alegando “Inocente!” e, segundo, acusando a posição que você parece defender como sendo implicitamente Nestoriana e, portanto, herética.
Minha alegação de “Inocente” será mais fácil de ser defendida se eu primeiro explicar minhas preocupações sobre sua posição. A ortodoxia requer que, enquanto Cristo tem duas naturezas completas, a humana e a divina, existe apenas uma pessoa em Cristo; e esta pessoa, sendo a segunda pessoa da Trindade, é divina. Assim, não existe a pessoa humana Jesus de Nazaré. Existe uma única pessoa que é Cristo, e essa pessoa é divina. Jesus é a segunda pessoa da Trindade encarnada. Dizer que existe, além desta pessoa, outra pessoa que é humana é Nestoranismo, que erra ao dividir a pessoa de Cristo em duas pessoas, uma humana e outra divina.
Então quando você discorda que na minha visão “Jesus não é verdadeiramente humano, pois Ele não pode distinguir-se da realidade divina,” e “Jesus é incapaz de perceber a Palavra Criativa de Deus como um objeto...Sendo o Logos, Ele só pode engajar-se com o Filho de Deus como um sujeito,” sua visão é implicitamente Nestoriana. A palavra “Ele” é um pronome pessoal referindo-se à pessoa chamada “Jesus”. Você está dizendo que aquela pessoa é distinta da realidade divina e da Palavra. Isto é Nestoriano. A ortodoxia requer que Jesus seja idêntico à Palavra, a
divina segunda pessoa da Trindade.
Isso implica que na ortodoxia Jesus não pode compreender-se como um objeto? Não, pois cada um de nós compreende-se como um objeto quando pensamos em nós mesmos. Então nós usamos a apalavra “mim” em vez de “eu.” Quando falamos como sujeitos usamos “eu,” mas quando falamos de nós mesmos como objetos usamos a palavra “mim.” Obviamente, Jesus como objeto ou um sujeito permanece divino, pois só existe uma pessoa que é Cristo, e aquela pessoa é divina. O que Jesus não pode fazer é compreender-se como distinto da Palavra porque Ele é a Palavra!
Eu acho que esse modo de entender me absolve da acusação de negar a humanidade de Cristo. Tudo o que eu nego é que existe uma pessoa humana distinta da segunda pessoa da Trindade. Isso é exatamente o que a ortodoxia cristã afirma. Mas eu afirmo que existe um composto corpo/alma que é a natureza humana individual de Cristo. Minha posição tem uma vantagem em relação à visão tradicional porque torna claro o motivo pelo qual este composto corpo/alma não é, ao contrário do que se esperaria, uma pessoa humana.
Eu concordo com você que “Jesus parecia experimentar Deus como um objeto, através de oração e da fé.”. Mas “Deus” nessa frase refere-se a Deus o Pai. Foi para Deus, o Pai, que Jesus orava (Ele não estava falando consigo mesmo!) e em Deus, o Pai, que Jesus confiava.
E Jesus em Seu estado glorificado? Eu afirmo que Jesus foi ressurreto corporalmente da morte e portanto mantém Sua natureza humana para a eternidade. A questão se todo Seu intelecto divino vem à consciência no estado glorificado não é contemplada no modelo que eu proponho. Se sim ou não, Jesus é e sempre foi onisciente. Isso mostra que enquantoverdadeiramente humano (i.e., tinha uma natureza humana), Ele não era meramente humano.
O modelo também não contempla a pergunta de se a mente do Logos mesmo no estado encarnado de humilhação não era simultaneamente consciente fora da carne. Tom Morris no seu livro The Logic of God Incarnate (A Lógica do Deus Encarnado) oferece algumas analogias interessantes sobre isso. Estou aberto à essa possibilidade, mas não comprometido com ela. O importante é que ser não-onisciente não é uma propriedade essencial da humanidade.
Portanto, parece-me que minha proposta de Cristologia permanece ortodoxa.
William Lane Craig


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